segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Discriminação

No Brasil, atos explícitos de discriminação racial são proibidos por lei.
O que estaria levando as pessoas inibirem expressões do preconceito
conservando disposições negativas internas. Mas não se trata exclusivamente de um problema psicológico. O discurso moderno sobre as
relações raciais é essencialmente contraditório. Num estudo realizado
na Paraíba, observou-se que praticamente todos os 120 universitários
entrevistados, afirmam que no Brasil existe preconceito, mas curiosamente a grande maioria não se considera preconceituosa. Os estudantes parecem ter clara consciência da discriminação racial que se vive no
Brasil mas não aceitam a responsabilidade por esta situação. Assim,
observou-se que os estudantes utilizavam mais adjetivos de pessoas
simpáticas e menos de pessoas antipáticas para descrever pessoas de
cor negra que pessoas brancas, mas pensavam que os brasileiros fariam
o contrário: atribuiriam mais adjetivos de pessoas antipáticas e menos de
pessoas simpáticas às pessoas de cor negra. Observou-se também que
utilizavam mais adjetivos do terceiro mundo e menos do primeiro mundo para descrever pessoas de cor negra. Quando convidados a responder
pelos brasileiros davam o mesmo padrão de respostas. Analisam-se estas contradições na perspectiva psicossociológica, usando-se como analogia o conceito de “formação reativa” para indicar que tanto os mecanismos psicológicos de inibição das atitudes negativas como as  mudanças
nas formas de se representar as diferenças de cor destinam-se a justificar
práticas sociais que continuam a manter a discriminação racial.

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